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Num mundo que olha tanto para o futuro, soa curiosa a publicação, no jornal da Sociedade Europeia de Cardiologia, de um artigo que propõe desbravar uma dieta criada pelo médico persa Avicena (980-1037) na prevenção de doenças cardiovasculares. Os profissionais que desenterraram o menu acreditam que o enfoque maior em alimentos de origem vegetal e a exclusão de carne de vaca, por exemplo, seriam bem-vindos ao coração.
Para a nutricionista Valéria Machado, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), o cardápio reflete a busca ancestral por uma dieta ideal, conceito cada vez mais ultrapassado na ciência. “Não precisamos de proibições, mas de equilíbrio para sustentar uma alimentação saudável, além de priorizar comida de verdade”, resume.
“Do ponto de vista cardiovascular, o principal é limitar a gordura saturada [presente em carnes e industrializados]”, orienta. Um aspecto positivo das prescrições de Avicena é o convite a comer mais frutas e hortaliças. “O consumo de sete porções de vegetais por dia reduz em 30% o risco cardiovascular”, diz Valéria.
O cardápio de Avicena
O que contempla a dieta prescrita pelo intelectual que viveu no mundo islâmico:
+ Óleo vegetal (como azeite): 3 colheres de sopa por dia
+ Peixe: 2 vezes por semana
+ Mel: Pelo menos 3 porções por semana
+ Ervas e temperos: Pelo menos 1 porção diária
+ Frutas (maçã, pera, figo…): Pelo menos 2 porções por dia
+ Castanhas e amêndoas: Pelo menos 3 porções por semana
+ Grãos (aveia, trigo integral…): Pelo menos 3 porções por dia
+ Chás (camomila, lavanda etc.): Pelo menos 5 infusões por semana
+ Manteiga ghee: 3 porções por semana
+ Carne de cordeiro: 2 ou 3 vezes por semana
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